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domingo, 14 de julho de 2013

Autopsicografia pós moderna II

Trago no bolsos
festas de ontem,
a lembrança doendo nos ossos do tempo
como osteoporose
que trinca o agora com a vida gasta.
Meus ombros, minha sola,
meus bottons de prender lembretes
se misturam com a ferrugem
de meu riso
e la longe, num horizonte imaginário,
traço as linhas
do meu caminho rodeado
de objetos, e tato - e gente - e velharias
que conservei intactas
aqui, na algibeira do meu presente,
para me fazer saber
que não sou nuvem dissipada,
mas o extrato dessas coisas todas,
ainda que perecível aos movimentos
de rotação e translação da terra,
mas sedimentado
pela integridade do que me fiz

em carne e história.

Verdade

“Procuro um olhar perdido que me encontre...”
E pela floresta dos seus olhos
me cubro,
e me encontro de achar você,
e me perco de estar na completude
de nós.
E estar achado ou perdido
é um ponto de vista
da distância entre o meu abraço
e o seu corpo entregue.
Num enlaço a sós,
sôfrego imaginar
de desatar os nós
do nosso eu particular.
É no seu alheio que vislumbro
o eu que encontro

a cada vez que descubro que eu sou seu...

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