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domingo, 24 de julho de 2011

Perfume

O ápice sem fim
é quando exala
na centelha do meu costume
seu gosto de noite
provocando em mim
um sabor que não fala:
seu corpo é meu perfume,
um açoite
que me desestrutura
a parte
da procura
que encontrei...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

descomplique-se

descongele
algum motivo,
elo descabido,
introduções...
epígrafes
sem citações,
apenas
a eventualidade
de uma demora
pontuada
com retiências...

terça-feira, 19 de julho de 2011

o que não se desintegra

quando criança
guardava meu sorriso
despistava minha íris
no pequeno lago imaginário

que construía na poça
de água acumulada da chuva

desbravei vários mundos
nunca navegados pela cabeça
dos crescidos

e de chapéu de soldado
a barco de papel
eu fiz um céu em desmedida

agora, despeço-me de ontem,
o barquinho desintegrado
e a mesma chuva ainda cai

e desenho com sobras
daqueles inventos
o teto do sonho
onde quero alcançar

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Fogo

Enquanto, distante,
a rua infinita separa nossos quintais,
esse perímetro de amor em sintonia
é um estar perto
como quem toca, um detalhe
de querer hoje mais que ontem,
amanhã mais que agora,
pois equilíbrio
é a única razão de amar...
Senão, fogo que não arde
é um engano covarde
que está longe do nosso olhar,
pois crepita como chama
que não acaba...
Somos vento, alimento que incendeia,
folha e graveto,
sem veto no nosso olhar que nos atinge...

sábado, 9 de julho de 2011

O tempo das andorinhas...

Não reclamava do grande alarde
que os ventos revoados causavam -
tímpanos atentos - à sua vida...

As andorinhas selvagens pousaram
seus anseios e esqueceram seus medos
pelo horizonte da tarde passada.

De toda algazarra, ficou o silêncio
mais puro escrito pelo verniz
dos seus olhos, onde me reconheço
nesse agora, num amanhã distante...

sábado, 2 de julho de 2011

No farol

Na súbita incompreensão
de sermos dois,
eu não deixei para depois
de nos compreender em um...
Naquele farol,
o embate foi só um susto
que meu coração sempre
teve por querer estar
no teu colo, intocável...
No asfalto ainda frio
ficaram os resquícios
desse meu medo de não chegar.
Agora, aliviado, rio
como um garoto por saber
que o vento vai me levar,
cúmplice, para a morada
desse meu riso inacabado.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Igual

No silêncio de duas vozes
apenas o grito de dois corpos.
Do lado de lá e de cá,
a tênue manifestação
de se preencher - olfato
percebendo na respiração,
o sublime de sentir
sem nenhuma palavra
esse enlevo de nós dois...

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